A homenagem acontece na sessão de encerramento do Ymotion – Festival de Cinema Jovem de Famalicão a 2 de dezembro, na Fundação Cupertino de Miranda.
“Há ícones e ícones. Maria de Medeiros é um dos nossos maiores. Uma atriz que também é um símbolo de resistência e de ativismo”, refere o comissário do festival, Rui Pedro Tendinha, que salienta que a homenagem à atriz é “um reconhecimento mais do que justo, sobretudo como fonte de inspiração para todos os jovens que um dia sonhem em realizar ou protagonizar um filme”.
A carreira de Maria de Medeiros
Maria de Medeiros começou a sua carreira como atriz no teatro, mas foi o cinema que lhe deu maior notoriedade. Com 17 anos, estreou-se no grande ecrã com Silvestre (1982), de João César Monteiro, e participou em grandes produções americanas como Henry & June (1990), de Philip Kaufman ou Pulp Fiction (1994), de Quentin Tarantino, e produções espanholas como Huevos de Oro (1993) de Bigas Luna, O detective e a morte (1994) de Gonzalo Suarez ou Airbag (1997) de Juanma Bajo Ulloa, entre muitas outras. Apesar de ter passado grande parte da sua vida fora de Portugal, Maria de Medeiros continuou a colaborar com cineastas portugueses, como Manoel de Oliveira, em A Divina Comédia (1991), Teresa Villaverde em Três Irmãos (1994), no papel de ‘Maria’, que lhe valeu os prémios de Melhor Atriz no Festival de Veneza e no Festival de Cancun, e Joaquim Leitão, no filme Adão e Eva (1995), graças ao qual recebeu o Globo de Ouro de Melhor Atriz, pela sua interpretação de ‘Catarina’.
Além de atriz, Maria de Medeiros tem trabalhos desenvolvidos como realizadora, sendo o mais conhecido o filme Capitães de Abril (2000), vencedor do Grande Prémio da Mostra Internacional de São Paulo no Brasil, do prémio Globo de Ouro para melhor filme, em Portugal, e vários prémios do público em França. Para além desta longa-metragem, já realizou outras cinco, sendo Aos Nossos Filhos (2019), protagonizado pela atriz brasileira Marieta Severo, a sua mais recente obra cinematográfica.